Férias de inúmeras leituras e infinitos universos. Tudo que
li recomendo: Galeano com as Veias Abertas da América Latina (livro
absolutamente obrigatório), Érico Verissimo e seus Lírios do Campo, Tolstoi com
A Morte de Ivan Ilitch, Kafka e seu Processo, A última Grande Lição, Wilde com
o Retrato de Dorian Gray, Mario Vargas Llosa vencedor do Nobel de literatura
com as travessuras da menina má... Mas quem sem a menor dúvida deixou a maior
lição foi uma pequena jovem judia, escondida num sótão intitulado Anexo
Secreto, numa Amsterdã em período de holocausto, por nada menos que dois anos
inteiros. Não houve Tolstoi, Oscar Wilde ou Érico Veríssimo que tenha
conseguido mexer tanto comigo como essa menina.
Anne Frank vive tudo de um jeito inusitado. É uma menina inspiradora.
As condições em que se encontra não fazem com que perca a fé, pare de sonhar ou
que sinta raiva, mas sim só aumentam a esperança, amor pela liberdade e pelas
coisas mais simples da vida.
Em meio à guerra e destruição, Anne relata em seu diário a vontade que tinha de fazer a diferença no mundo e trabalhar pela humanidade, fazendo com que sua voz fosse ouvida.
Em meio à guerra e destruição, Anne relata em seu diário a vontade que tinha de fazer a diferença no mundo e trabalhar pela humanidade, fazendo com que sua voz fosse ouvida.
“Em tempos assim fica difícil; ideais, sonhos e esperanças
crescem em nós, somente para ser esmagados pela dura realidade. É um espanto
que eu não tenha abandonado todos os meus ideais, já que parecem tão absurdos e
pouco práticos. Mas me agarro a eles porque ainda acredito, a despeito de tudo,
que no fundo as pessoas são boas. Para mim é totalmente impossível construir a
vida sobre um alicerce de caos, sofrimento e morte. Vejo o mundo ser lentamente
transformado numa selva, ouço o trovão que se aproxima e que, um dia, irá nos
destruir também, sinto o sofrimento de milhões. E mesmo assim, quando olho para
o céu, sinto de algum modo que tudo mudará para melhor, que a crueldade também
terminará, que a paz e a tranqüilidade voltarão. Enquanto isso, devo me agarrar
aos meus ideais. Talvez chegue o dia em que possa realizá-los.”
Infelizmente, graças a Hitler, Anne morreu aos 15 anos num
campo de concentração e não pôde viver para ver seus relatos inspirarem a vida
de milhares de pessoas. Contudo, o sonho de ter sua voz ouvida foi e ainda é
realizado a cada novo leitor que folheia as páginas de seu diário.
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