quarta-feira, 12 de março de 2014

"Uma pessoa com coragem e fé nunca morrerá na desgraça" - Anne Frank

Férias de inúmeras leituras e infinitos universos. Tudo que li recomendo: Galeano com as Veias Abertas da América Latina (livro absolutamente obrigatório), Érico Verissimo e seus Lírios do Campo, Tolstoi com A Morte de Ivan Ilitch, Kafka e seu Processo, A última Grande Lição, Wilde com o Retrato de Dorian Gray, Mario Vargas Llosa vencedor do Nobel de literatura com as travessuras da menina má... Mas quem sem a menor dúvida deixou a maior lição foi uma pequena jovem judia, escondida num sótão intitulado Anexo Secreto, numa Amsterdã em período de holocausto, por nada menos que dois anos inteiros. Não houve Tolstoi, Oscar Wilde ou Érico Veríssimo que tenha conseguido mexer tanto comigo como essa menina.

Anne Frank vive tudo de um jeito inusitado. É uma menina inspiradora. As condições em que se encontra não fazem com que perca a fé, pare de sonhar ou que sinta raiva, mas sim só aumentam a esperança, amor pela liberdade e pelas coisas mais simples da vida.

Em meio à guerra e destruição, Anne relata em seu diário a vontade que tinha de fazer a diferença no mundo e trabalhar pela humanidade, fazendo com que sua voz fosse ouvida.

“Em tempos assim fica difícil; ideais, sonhos e esperanças crescem em nós, somente para ser esmagados pela dura realidade. É um espanto que eu não tenha abandonado todos os meus ideais, já que parecem tão absurdos e pouco práticos. Mas me agarro a eles porque ainda acredito, a despeito de tudo, que no fundo as pessoas são boas. Para mim é totalmente impossível construir a vida sobre um alicerce de caos, sofrimento e morte. Vejo o mundo ser lentamente transformado numa selva, ouço o trovão que se aproxima e que, um dia, irá nos destruir também, sinto o sofrimento de milhões. E mesmo assim, quando olho para o céu, sinto de algum modo que tudo mudará para melhor, que a crueldade também terminará, que a paz e a tranqüilidade voltarão. Enquanto isso, devo me agarrar aos meus ideais. Talvez chegue o dia em que possa realizá-los.”

Infelizmente, graças a Hitler, Anne morreu aos 15 anos num campo de concentração e não pôde viver para ver seus relatos inspirarem a vida de milhares de pessoas. Contudo, o sonho de ter sua voz ouvida foi e ainda é realizado a cada novo leitor que folheia as páginas de seu diário.

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