“A Metamorfose” é um livro que
foi escrito em 1912, por Kafka, e que nos tempos atuais ainda consegue funcionar como um tapa na cara.
Na minha percepção, Kafka aborda
nessa obra duas problemáticas sociais: primeiro as aparências, demonstrando como
o todo social é movido por elas, e, segundo, como o ser humano estabelece que
todas as coisas do universo devem ter uma funcionalidade, uma finalidade, caso
contrário são imprestáveis.
Quando Gregor sofre a metamorfose,
se transforma em um ser que, aos olhos da família e do contexto social, não tem
mais utilidade, fazendo com que os sentimentos e relações se evaporem e a
família só queira se livrar dele.
Primeiramente a situação de
Gregor é tida como libertadora para ele, tendo em vista que se desincumbe da
obrigação do trabalho que não suporta, só o fazendo para prover o sustento da
família e de suas regalias. Já num segundo momento, passa a se tornar
aprisionadora, pois com sua transformação passa a ser desprezível para todos,
sendo trancafiado para sempre.
Os anseios de Gregor, como a solidão
e o sentimento de exclusão pelo sistema, são percebidos corriqueiramente no
homem contemporâneo, eis que a seleção “natural” elimina quem não produz.
Esquecem-se os verdadeiros
valores frente a uma esmagadora pressão social que faz com que as relações
sejam de aparências, imperando o egoísmo e falta de solidariedade para com o
próximo.
Rafaela.
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